quinta-feira, maio 26, 2011

Células-tronco: um caminho possível para a cura de doenças


   A 6ª reunião do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA) e teve como pesquisador convidado Stevens Kastrup Rehen, membro do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele ministrou a palestra “Células-tronco de pluripotência induzida como modelo para o estudo do cérebro”, onde apresentou definições e uso dessas novas tecnologias para melhor atender a sociedade.

Segundo o especialista, existem três tipos de células-troncos: as células-tronco embrionárias, as células-tronco de pluripotência induzida e as células de carcinoma embrionário.

   Rehen explica que em um experimento verificou-se que as células-tronco embrionárias injetadas no cérebro, dependendo do estimulo que recebem podem se transformar naquilo que você deseja, porém há preocupações. “É preciso saber que tipo de coquetel de substâncias você tem que dar para a célula para que ela vire o que você deseja, pois essas células-tronco embrionárias vão sempre ser identificadas pelo organismo como estranhas, é como se fosse um transplante de órgãos”, disse.

Cura de doenças

Na pesquisa realizada por Stevens, a célula-tronco de um indivíduo adulto é reprogramada para que ela se comporte exatamente igual a uma célula de embrião sem nunca ter vindo de um embrião. São as chamadas células tronco de pluripotência induzida (IPS, sigla em inglês).

Essas células podem ser uma excelente ferramenta para a modelagem de doenças, para a descoberta de novos medicamentos e outros benefícios, Isto se deve ao fato de que com elas abre-se a possibilidade de se fazer, no futuro, transplantes celulares autólogos (com células da própria pessoa), evitando o grande problema da rejeição, mas também porque permite testes de medicamentos específicos para cada individuo.

A atuação do vírus

Stevens explica que a idéia da multiplicação dessas células IPS é pegar uma célula da pele por meio de biopsia, e aplicar um vírus e esse vírus funcionar como um cavalo de tróia levando informações para dentro da célula de que ela tem que se comportar como uma célula embrionária. São quatro vírus que se aplicados fazem com que ela se comporte como uma célula reprogramada.

No momento, o foco do laboratório é estudar a complexidade do cérebro humano, mais especificamente tem-se estudado sobre a esquizofrenia, pois uma em cada cem pessoas sofre da doença. Com as células IPS, pode-se obter neurônios de um paciente esquizofrênico sem ter que abrir a cabeça dele e testar vários medicamentos.

Embora esta ferramenta também não seja perfeita (já que é diferente usar um ser vivo ou uma cultura de células), ela torna-se ainda mais interessante pelo fato de que se acredita que nem todas as doenças ou transtornos tenham a mesma causa, embora os sintomas sejam os mesmos explica o pesquisador.

Para Geraldo Mendes, secretário-executivo do GEEA, o tema é importante para a sociedade. “O GEEA está discutindo sobre esse tema que parece distante hoje e está se colocando na vanguarda do conhecimento, pois logo as células-tronco estarão sendo usadas no dia-dia das pessoas”, enfatiza.



FONTE:  http://www.planetauniversitario.com/index.php?option=com_content&view=article&id=22101:celulas-tronco-um-caminho-possivel-para-a-cura-de-doencas&catid=56:ciia-e-tecnologia&Itemid=75

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Introdução as Celulas Tronco



Células tronco são células que têm uma grande capacidade de se transformar em qualquer outra célula do corpo humano, formar tecidos e órgãos, esta é uma capacidade especial, porque as demais células geralmente só podem fazer parte de um tecido específico (por exemplo: células da pele só podem constituir a pele).
As células tronco são encontradas nos embriões nas fases iniciais da divisão celular, pois a célula ainda não “decidiu” que parte do corpo ela irá formar, então ela está disponível a formar qualquer tecido ou órgão. Elas podem ser encontradas também em tecidos maduros como o cordão umbilical e a medula óssea, porém estas não têm tanta capacidade regenerativa como as dos embriões.
Assim, as células tronco representam a cura para muitas doenças que até pouco tempo atrás eram julgadas sem cura, como o câncer, doenças do coração, osteoporose, doença de Parkinson, diabetes, cegueira, danos na medula espinhal, doenças renais, doenças hepáticas, esclerose lateral amiotrófica, doença de Alzheimer, distrofia muscular, osteoartrite, doença auto-imune, doença pulmonar, dentre muitas outras doenças.

PESPECTIVAS DE TRATAMENTO COM CELULAS TRONCO
Já são aproximadamente 15 mil casos de utilização de células tronco do cordão umbilical em transplantes de medula óssea para tratamentos principalmente de disfunções hematológicas como leucemias, linfomas, mielomas, talassemias, anemia falciforme, entre várias outras.
As células provenientes do sangue do cordão umbilical são uma excelente alternativa a aqueles que pacientes que não dispõe de um doador compatível de medula óssea.
Aplicações atuais das células tronco


Atualmente, as células tronco têm sido utilizadas em pesquisas clínicas que buscam elucidar sua biologia e testar sua efetividade no tratamento de diversas patologias. O site de registro de pesquisas clínicas Clinical Trials (www.clinicaltrials.gov) retorna centenas de resultados para a consulta com os termos “Umbilical Cord blood stem cells”. Desses estudos, atualmente apenas 15 encontram-se completos e 92 estão em fase de recrutamento.
As pesquisas incluem desde novas opções terapêuticas para o uso das células tronco do cordão umbilical em desordens hematológicas (leucemias, hemoglobinopatias e síndromes de falha da medula óssea), como novas terapias para o tratamento de erros inatos do metabolismo (doença de Gaucher, doença de Wolman, doença de Niemann-Pick, doença de Tay-Sachs), e tratamento de outros tipos de câncer como: tumores cerebrais, neuroblastomas, câncer de ovário, câncer de testículos, carcinoma tímico. Outras classes de patologias também vêm sendo pesquisadas: as desordens do sistema imunológico, como a doença granulomatosa crônica; e outras doenças crônicas de relevância para a população mundial, como osteoporose, artrite reumatóide, diabetes tipo 1 e doenças do coração. Esse levantamento denota o grande interesse nas células de SCUP e aponta para o potencial destas células no uso em diversas terapias.
Na verdade o tratamento com células-tronco só não foi, ainda, aprovado no Brasil por questões burocráticas e ética profissional, de não afirmarem que o tratamento é eficaz, enquanto não for liberado no Brasil.
Mas as pesquisas e mais, os resultados apresentados por aqueles que estão se submetendo ao tratamento comprovam que as células-tronco é um tratamento válido e tenho certeza que num futuro próximo deixará de ser um tabu e estará disponível e acessível a todos.